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BREVE
ESPAÇO ENTRE COR E SOMBRA,
de Cristovão Tezza
A grande arte curitibana
Poucos escritores brasileiros atuais atrairam tanta atenção do
público e da crítica tão subitamente como o catarinense Cristovão
Tezza. A narrativa urbana de Tezza, marcante em livros de sucesso
como Trapo ( sobre a vida de um poeta suicida de 20 anos)
e Uma noite em Curitiba ( história de uma paixão
explosiva de um seero historiador e uma atriz talentosa ) já é
uma referência literária forte – comparada por muitos críticos
com o escritor Dalton Trevisan.
Em Breve espaço entre cor e sombra, Tezza retorna aos elementos
que já se tornaram marca do autor : ambientação na cidade de
Curitiba e a timidez e solidão dos personagens.
O livro começa com o enterro de Aníbal Marsotti, um pintor curitibano,
mestre, amigo e desafeto do protagonista, Eduardo “ Tato” Simmone.
Tato, 28 anos, é um pintor sem projeção, que tanto pode ser um
talento a ser reconhecido ou simplesmente um artista medíocre.
Pessoa de relacionamentos complicados, ele é sustentado pela mãe,
nunca realizou uma exposição ou vendeu um quadro. Mas sua situação
pode mudar a partir das turbulências geradas pelo encontro com
dois outros personagens do enterro: uma garota bela ( suspeita-se
que ela seja uma vampira) e um grande marchand-falsário.
Além da ação urbana e de classe média, tão próxima e envolvente,
o que mais encanta em Breve espaço entre cor e sombra é
a construção de diálogos e as impressões do autor sobre a arte.
O leitor é lançado num universo de idéias onde estão Piet Mondrian,
Picasso, Goya e Mondigliani, tratados com o olhar apaixonado,
intenso, vital.O tempo do livro, para o prazer da leitura, corre
lento e sinuoso, atento como quem aprecia calmamente uma tela
de Degas.
Breve espaço entre cor e sombra certamente será a confimação
de Cristovão Tezza no rol dos grandes romancistas brasileiros
contemporâneos.
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